sábado, 8 de dezembro de 2012

sapatos..

Menos de um mês para o final de outro ano e as coisas parecem mais incertas que nos anos anteriores.

Às vezes, a gente cai na besteira de se permitir ver como vão as coisas que não estão mais ao nosso alcance. Não reconheci o que, supostamente, iria sempre pertencer a minha vida. Pode ter me parecido um pouco de inveja no começo, mas agora sei que foi só surpresa: a quantidade de anos que se estende do fim até aqui, é quase maior que os anos em que a palavra "pra sempre" fazia sentido. Sei que tudo o que sempre fica são lembranças, mas não sei bem porque foi que só elas restaram. Aquela caixa rosa, pintada à mão, pesa e grita alto num canto do meu quarto e eu nem ao menos posso abri-la..ali estão as provas do que, as vezes, não tenho certeza se realmente aconteceu. Onde estarão meus porta-retratos?

Acho que algumas coisas que acontecem na vida da gente são iguais a sapatos novos: você usa uma vez e machuca; você usa de novo e machuca mais; até que você,de alguma forma, aprende a se prevenir pra não machucar mais, seja deixando de usar ou remediando do jeito que doer menos. Nem sempre é do jeito correto, mas cada um é que sabe o que pode suportar.



Mesmo assim, tenho tentado sorrir mais e.. "ver o copo meio cheio" em vez de meio vazio, como um amigo costumava sempre me dizer. 
Nada acontece duas vezes da mesma maneira, eu sei. E, apesar de sentir falta do "um dia desses", me sinto novamente segura. Confortável. E isso me apavora...

Eu gostaria realmente de ser menos cética...mas alguns sapatos machucam tanto, que a gente acaba abandonando o modelo..


Mas, ainda assim, os dias estão mais claros e.. está tudo bem agora.